Hoje é dia dos pais. Sim, que pessoa importante, que figura fundamental essa a do pai. Quem perde o pai muito cedo sabe quanta falta ele faz.
Um rapaz se encontra com uma moça. Há um brilho, um esplendor, uma luminosidade no rosto dele e no rosto dela. Aos poucos, os dois se dão conta que se estimam de verdade. Fazem um pacto verdadeiro, sincero, leal. Uma aliança de coração. Serão um do outro na força de um bem-querer que ventos e tempestades não poderão abalar. Casam-se, sonham, passeiam, rodopiam e um dia o rapaz fica sabendo que vai ser pai. Seu sangue, seu amor, sua vida, seu bem-querer tão forte e tudo isso será encarnado no filho que está para chegar. Alguma coisa muda dentro dele no dia em que recebe o anúncio: “Tu serás pai!”.
O filho ou a filha veem do mistério da vida. Não são obra meramente do pai e da mãe. Foi Deus que colocou no corpo dele e no corpo dela sementes de vida, promessas de um amanhã. Quem dele e dela nasce é um ser humano fadado a traçar no tempo e no espaço uma história… um ser humano fadado a ser filho do Pai dos céus.
O pai se sente guardião da vida, promotor da vida, protetor da vida. Haverá de sustentar, vestir, alimentar aquele que é sangue de seu sangue e sonho de sua vida. Trabalhará com ardor, sofrerá no momento do desemprego, passará fome para que o filho se alimente.
Quando recebe o anúncio de que vai tornar-se pai tudo muda. Pensa no filho que vai chegar. Não quererá que o filho seja cópia sua. Espera que ele possa ser original, desenvolver suas riquezas e potencialidades. Agora, no entanto, este homem quer ser protetor da frágil vida que lhe é confiada. Não poderá deixar que o filho de seu corpo e de seu coração se deteriore, que seja apenas um a mais. Haverá de se fazer presente na vida do filho, educador sem ser cerceador, aquele que ama sem desejo de posse, o que conhece o caminho das estrelas e o aponta para o filho.
Um rapaz e uma moça só estão autorizados a colocar um filho no mundo quando se derem conta que paternidade e maternidade não constituem uma fatalidade, mas uma belíssima vocação. Ser pai significa sair de si, preocupar-se com o outro, dar a vida por aquele que colocou no mundo e, depois, ajudá-lo a voar com as próprias asas, a ser livre a ser gente.
Belíssima e nobre a missão de ser pai.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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